Sem proximidade não há comunidade

Os cristãos devem se aproximar e estender a mão àqueles que a sociedade tende a excluir, como fez Jesus com os marginalizados de Seu tempo. Isso faz da Igreja uma verdadeira comunidade.

Jesus foi o primeiro a sujar as mãos tocando os leprosos sob os olhos dos doutores da lei, para os quais os leprosos eram “impuros”. A lepra era uma condenação perpétua e curá-la era tão difícil quanto ressuscitar um morto. E, por isso, eram marginalizados. Jesus, ao invés, estende a mão ao excluído e demonstra o valor fundamental de uma palavra: proximidade. Não se pode fazer comunidade sem proximidade. Não se pode fazer a paz sem proximidade. Não se pode fazer o bem sem aproximar-se.

Jesus poderia simplesmente dizer “Cura-te”. Mas não, Ele se aproximou e o tocou. Além disso, quando Jesus tocou o impuro, Se tornou também Ele impuro. Este é o mistério de Cristo: toma para Si as nossas sujeiras, as nossas impurezas, como explica Paulo: “Tendo a condição divina, não considerou ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente, mas se esvaziou a si mesmo. Fez-se pecado. Jesus se faz pecado. Excluiu-se, tomou para si a nossa impuridade para aproximar-se de nós”.

Tantas vezes penso que seja, não digo impossível, mas muito difícil fazer o bem sem sujar as mãos. E Jesus Se sujou. Proximidade. E depois vai além: “Mostra-te aos sacerdotes e faz o que se deve fazer quando um leproso é curado”. Quem estava excluído da vida social, Jesus inclui: inclui na Igreja, na sociedade. “Vai, para que todas as coisas sejam como devem ser”. Jesus jamais marginaliza alguém. Ao contrário: marginaliza a Si mesmo para incluir os marginalizados, para nos incluir, pecadores marginalizados, com a Sua vida.

Este ato de amor, de proximidade, de inclusão, fez com que várias pessoas passassem a seguir Jesus, porque ficaram impressionadas com seu modo de falar. Mas, quantas pessoas olham de longe, com o coração mau, para testar Jesus, para criticá-lo, para condená-lo. E quantas pessoas olham de longe, porque não têm a coragem que ele teve de se aproximar, mas têm tanta vontade de fazê-lo!

Jesus estendeu a mão a todos, fazendo-se um de nós, mas sem pecado, porém,  sujo dos nossos pecados. E esta é a proximidade cristã. A proximidade é uma bela palavra que nos convida a um exame de consciência: “Eu sei aproximar-me?”; “Tenho ânimo, força, coragem de tocar os marginalizados?”. Uma pergunta que diz respeito também à Igreja, às paróquias, às comunidades, aos consagrados, aos bispos, aos padres, a todos.

Fonte: Rádio Vaticano

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