Durante evento preparatório da COP30 em Belém (PA), o Secretário de Estado do Vaticano alertou que as crises ambientais já deslocam mais pessoas do que as guerras — e pediu respostas éticas, solidárias e urgentes.
Em visita ao Brasil para o encontro preparatório da COP30, que será realizada em Belém em 2025, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, fez um alerta contundente:
“O tempo está se esgotando. Há mais pessoas deslocadas pela mudança climática do que pelos conflitos armados.”
A declaração, feita durante o “Climate Summit” que reuniu autoridades e líderes religiosos na capital paraense, ecoa o magistério de Papa Leão XIV e as palavras da encíclica Laudato Si’, de Francisco, que inspiram uma “conversão ecológica integral”.
Parolin sublinhou que o compromisso da Igreja com o meio ambiente não é ideológico, mas profundamente evangélico: cuidar da criação é cuidar da dignidade humana.
“Quando falamos de clima, falamos de pessoas. A ecologia integral é o caminho da fé que se traduz em responsabilidade pelo outro.”
O representante do Vaticano enfatizou que a crise climática é também crise espiritual: nascida do afastamento entre o homem e Deus, ela se reflete no rompimento entre o homem e a terra. Por isso, a Igreja vê na COP30 um espaço de diálogo ético e moral, onde o testemunho cristão deve propor pontes, e não polarizações.
No Brasil, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) já articula, em comunhão com dioceses amazônicas, ações de mobilização e formação para que as comunidades vivam o evento com espírito de oração e compromisso prático, integrando liturgia, cuidado ambiental e solidariedade.
Análise e contexto
A fala do Cardeal Parolin reforça uma tendência clara do atual pontificado: aprofundar o diálogo entre fé e ecologia, posicionando a Igreja como mediadora de esperança num mundo ferido.
A COP30, a ser realizada em Belém (10 a 21 de novembro de 2025), é vista como um marco para a América Latina — região que concentra tanto a maior biodiversidade do planeta quanto os maiores índices de desigualdade.
Nesse contexto, o testemunho católico tem papel decisivo: unir fé, ciência e justiça social, para que a defesa da “Casa Comum” se torne expressão de amor ao próximo.
Perspectiva espiritual
A “conversão ecológica” não é apenas mudança de hábitos, mas mudança de coração.
Como disse o Papa em uma de suas recentes mensagens:
“Cuidar da criação é parte de fazer a paz.”
Ao integrar oração, consciência e ação, a Igreja reafirma que cada gesto de cuidado — uma árvore plantada, um desperdício evitado, um pobre amparado — é também um ato de adoração.
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